Uma empresa gera Ativos Tecnológicos, ao começar a investir em soluções de Software, visando atender as demandas que ela possui, externa e internamente. Essa prática traz maior desenvolvimento para a organização como um todo.

Desde os anos 90 a competição entre empresas vem aumentando de maneira exponencial. Segundo uma pesquisa de Andrew McAfee e Erik Brynjolfsson, a maior razão para esse crescimento está no investimento em TI, o que nos faz encarar os Ativos Tecnológicos muito mais como uma necessidade, do que um diferencial.

Olhando por este ponto de vista, o investimento em Ativos Tecnológicos se torna inevitável, e é exatamente isso que fará a empresa estar apta para continuar, durante muito tempo, a concorrer com as outras. Isso porque a TI pode trazer inúmeros benefícios, tanto para os clientes, quanto para a empresa, podendo facilitar e agilizar processos e tornar os serviços mais atrativos e cômodos para o consumidor.

De forma resumida, os investimentos em TI são métodos de aumentar a lucratividade e a eficiência da sua empresa, e acaba sendo inevitável para o desenvolvimento da organização. Segundo Nick Bawa, CEO e cofundador da Covintus, Inc. :

Historicamente, é crucial para o crescimento de um negócio, independentemente da sua forma ou tamanho, investir em novas tecnologias

Entretanto, mesmo que você já saiba todas essas coisas, e tenha interesse em investir em tecnologia para melhorar o desempenho da sua empresa, podem surgir diversas dúvidas acerca do assunto.

O mercado traz muitas opções, algumas são melhores do que as outras, dependendo do que você quer e do que espera da tecnologia. E são sobre esses questionamentos que iremos abordar neste texto.

Por que tudo custa 2 milhões?

No início de 2019, o nosso CEO, Daniel Antunes, participou de um evento em São Paulo, Digital Mission, e em uma das palestras que aconteceu, Eduardo Galanternick, diretor-executivo de e-commerce, da grande rede varejista de eletrônicos e móveis, Magazine Luiza, disse:

Decidimos ter um laboratório de inovação nosso, pois lá fora, qualquer orçamento em tecnologia que fazíamos, nos pediam 2 milhões pra fazer, por sermos o Magazine Luiza. Pra pagar isso, eu preferi ter o nosso próprio laboratório de inovação e tecnologia, trabalhando mais focado e integrado, com evolução contínua

Esta fala traz dois dos problemas mais recorrentes dentro do mercado de Software, atualmente, onde as empresas mais tradicionais optam por trabalharem com um sistema de escopo fechado, onde é ditado um prazo e um valor fixo para a construção de uma solução digital.

Primeiramente, embora esse tipo de contratação possa trazer um certo sentimento de segurança ao cliente, já que ele dá uma certa previsibilidade de entrega e do valor que será pedido, o que é estipulado pode não ser o que realmente é justo, levando em consideração outros diversos fatores para o preço e o tempo pedido.

No caso do Magazine Luiza, por exemplo, as empresas não olhavam a complexidade do projeto que eles queriam desenvolver, mas sim o tamanho da organização e o quanto ela poderia investir. Isso quebra a confiabilidade do contratante, já que como sabemos, mesmo sendo escopo fechado, algumas variáveis podem modificar o projeto, aumentando o preço inicial, tornando o que é pedido ainda mais injusto.

Esse tipo de sistema não se pauta na produtividade, e ao fechar um escopo, logo na fase inicial do projeto, podem ser criadas, o que chamamos de, gordura, que são adições de prazos de finalização, sem levar em consideração a real complexidade do que está sendo desenvolvido.

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Aliás, de acordo com Boehm, que criou o Cone da Incerteza Aplicado a Projetos de Software, a chance de erros aumentavam em oito vezes se o escopo fosse fechado no início do projeto, visto que existem diversas variáveis que podem mudar todo o processo de desenvolvimento.

E por esse motivo, eles acabam acrescentando prazos irreais e maiores do que o necessário, tentando prever erros que, se estivessem em um escopo aberto, poderiam ser resolvidos mais facilmente e de forma mais colaborativa e justa para o cliente.

O outro ponto interessante da fala do Eduardo Galanternick é a compreensão de que desenvolvimento contínuo da solução é importante para a sua evolução. Esse é um dos pontos que aqui na Gobacklog sempre abordamos, que a inovação não é um processo engessado e amarrado.

Reconhecer isso é também reconhecer que um sistema de escopo fechado vai contra esse processo. O ideal é trabalhar com uma empresa desenvolvedora que se compromete com a real execução e desenvolvimento da sua inovação, e não somente com a entrega de prazos.

Dessa maneira, podemos ter certeza que nem tudo custa dois milhões, e que além de empresas que trabalham com outros tipos de sistema, que não dão margem para aumento de preço pautado no tamanho da organização e que podem trabalhar como um Laboratório de Inovação, existem tecnologias prontas no mercado, que podem ser usadas para diferentes fins.

Comprar pronto ou desenvolver?

É fato que a tecnologia tem se tornado cada vez mais necessária dentro das empresas, e decidir como o seu investimento em TI deve acontecer é primordial para se alcançar o sucesso desejável.

Existem no mercado, além das Empresas de Desenvolvimento, Tecnologias Prontas, SaaS, que oferecem Softwares como um Serviço, com finalidades específicas, para o seu consumidor. Esse é o caso dos CRMs, por exemplo, que permitem a gestão de relacionamento com o cliente.

Primariamente, podemos julgar que existe mais praticidade no uso de Tecnologias Prontas, e que ter que passar por todo processo de desenvolvimento de um software pode ser desgastante para algumas empresas, que necessitam de algo rapidamente. Entretanto, tudo irá depender do cenário no qual o seu negócio está inserido dentro do mercado, e de outras variáveis, como o tempo e dinheiro disponível, por exemplo.

Confira abaixo os prós e contras de cada uma das soluções, prontas ou personalizadas:

1. Tempo

O tempo é um fator importantíssimo na hora de decidir como investir em TI, já que muitas empresas necessitam da implementação da tecnologia mais urgentemente do que outras, e o time técnico da organização não enxerga uma solução inovadora como prioridade no momento.

Nestes casos, a busca por um SaaS que melhor atende as necessidades da empresa é uma escolha mais certeira, visto que o desenvolvimento de um Software é mais trabalhoso e leva mais tempo para acontecer, pois ele busca realmente fazer algo específico e que encaixa perfeitamente no que a organização precisa.

Mas caso a sua empresa reconheça que uma solução customizada e inovadora fará da sua empresa mais apta para competir no mercado, e trará desenvolvimento em toda sua esfera, a construção de uma solução personalizada se tornará a escolha certa.

2. Dinheiro

O preço é tido como uma das vantagens de se usar tecnologias prontas, mas em determinados casos pode não ser o mais aconselhável. Se a sua empresa tiver um porte médio para grande, possuindo muitos funcionários, talvez seja melhor optar por uma empresa de Desenvolvimento de Software.

Isso porque a política de consumo do SaaS é de cobrar conforme a quantidade de usuários, então, se sua empresa possui muitos funcionários, pode ser que fique muito mais caro do que se você buscasse por uma solução customizada.

Já no caso das empresas de Desenvolvimento de Software, embora precisem de um investimento maior, existem algumas que metrificam a construção de uma solução de forma diferenciada, pautando o valor dele através do tempo destinado a sua construção, por exemplo.

Além disso, algumas ainda podem ajudar a gerir a solução através de sua expertise, se tornando uma real parceira da empresa contratante, um Laboratório de Inovação, e não somente uma prestadora de serviços.

E mesmo que, primariamente, seja um investimento maior, uma tecnologia personalizada trará maiores benefícios a longo prazo, já que ela atenderá as reais necessidades do seu negócio e evitará dores de cabeça e maiores gastos, futuramente, com troca de tecnologias por falta de compatibilidade com as necessidades da empresa.

3. Usabilidade

Talvez, este seja o ponto crucial para analisar todo o custo benefício de ambas tecnologias. Embora SaaS sejam fáceis de serem utilizadas, e você não tenha que se preocupar com todo o seu desenvolvimento, ela te obriga a aceitar todas as atualizações e mudanças que podem ocorrer na tecnologia, o que te torna passivo na direção do produto.

Vamos supor que a sua empresa utiliza um SaaS há algum tempo, mas que, após uma atualização, ele não te atende tão bem mais. Isso fará com que você queira migrar para outra tecnologia, entretanto, todo esse trabalho de migração pode levar muito tempo e ser muito trabalhoso, coisa que não aconteceria se fosse uma solução customizada em uma empresa de Software.

Além disso, a adaptação de ferramentas dentro de um SaaS, para tentar ajustá-lo da melhor maneira às necessidades de um cliente, pode ser um processo muito penoso e custoso, se tornando muito mais difícil do que a construção de uma solução desenvolvida propriamente para aquela empresa.

Por este motivo, a usabilidade de um SaaS pode até não ser ruim, mas com toda certeza uma solução desenvolvida propriamente para o seu negócio te trará muito mais benefícios e conforto, do que se optasse por uma tecnologia pronta.

Empresas que investem em ativos tecnológicos

É nítido que a adoção dessas práticas de investimento em tecnologia trazem inúmeras vantagens, tanto competitivas, como de desenvolvimento corporativo com um todo. Podemos citar algumas como:

  • Redução de custos
  • Automatização de processos
  • Maior e mais eficiente tomada de decisões

Esses ativos tecnológicos também podem ser feitos em conjunto, em 2016 a Unesp e a Huawei lançaram uma parceria para desenvolver um Laboratório de Inovação. Com o foco específico em criar soluções inovadoras e serviços de software, os processos nesse espaço podem ser desenvolvidos e facilitados através de pesquisas que beneficiam os dois lados.

Um outro exemplo muito claro de uma empresa já citada neste artigo, e que investe bem em ativos tecnológicos, trazendo inovações para o setor do varejo, é o Magazine Luiza. O Luiza Labs é o Laboratório de Inovação da organização, um centro de pesquisa e desenvolvimento, que promove uma verdadeira Transformação Digital em seu setor.

Vale lembrar que nem sempre é necessário criar um Laboratório de Inovação próprio, existem empresas do segmento de tecnologia que têm o potencial para se tornar o Laboratório de outras empresas. Assim, a redução de custos para manutenção de um espaço próprio por exemplo, é ainda maior.

Investir, portanto, em tecnologias que visam o desenvolvimento de uma organização, através de metodologias ágeis e uma abertura a promoção de inovação, pode potencializar e realizar grandes mudanças dentro de uma empresa que está em constante busca em oferecer um melhor serviço, e uma geração de valor para seus clientes.

Conclusão

Quando grandes empresas, que estão à frente do mercado, investem e insistem em algo, é porque esse investimento realmente traz bons resultados. E como podemos perceber, organizações internacionais, como Walmart e Volkswagen, e nacionais como o Magazine Luiza, estão realmente apostando no desenvolvimento de tecnologias e ativos tecnológicos como forma de melhorar seus processos empresariais.

Durante todo o texto falamos que, investir em ativos tecnológicos é buscar estar sempre apto a competir dentro do mercado, visando o sucesso e a longevidade do negócio. Por este motivo, é indispensável o alinhamento de uma empresa com o universo da TI. Como disse Nick Bawa, em um artigo da Forbes:

As empresas que não prestavam atenção à Internet no início do século XXI tiveram dificuldade em acompanhar a concorrência. O mesmo acontece hoje quando se trata de tecnologia. Seja você parte de uma Startup ou de uma pequena empresa estabelecida, você deve estar sempre atento à próxima grande inovação – não apenas para permanecer no jogo, mas para construir o próximo negócio bilionário

Por esse motivo, todo esforço e dinheiro gastos para uma solução tecnológica na sua empresa será recompensado. Em grande parte, produtos personalizados, que atendem tudo aquilo que a organização deseja, são mais indicados, já que além de otimizar os processos do negócio, ele leva uma visão inovadora e visionária para a equipe.

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Daniel Antunes

Fundador e CEO da GoBacklog, uma empresa especializada no desenvolvimento de soluções digitais que vem mudando a forma de se criar negócios de sucesso com base em tecnologia, inovação e inteligência. Acumula mais de 13 anos de experiência no mercado digital, projetos, novos negócios e vendas B2B.