A ONU Mulheres divulgou a temática a ser trabalhada neste mês de março, em que se comemora o Dia Internacional da Mulher. Este ano, o lema será:
Pensemos em Igualdade, Construção com Inteligência e Inovação para a Mudança
Diante da proposta e do compromisso que a GoBacklog tem com iniciativas de inovação e tecnologia, convidamos diversas personalidades femininas que têm se destacado em seu nicho de mercado por serem agentes de inovação em sua realidade de atuação, seja ela qual for.
Durante todo o mês de março, às sextas-feira, lançaremos um episódio da série. Nossa primeira convidada é a professora universitária Imirene Lodi. Confira.
Somente o fato de você acreditar que é capaz, te faz forte o suficiente
Conte para gente um pouco sobre você e sua carreira profissional
Bom, eu sou formada em administração com especialização em gerenciamento de projetos e agora estou cursando, quase terminando o mestrado em Gestão Integrada do Território. E há aproximadamente seis anos sou professora universitária e desde então tenho tido a oportunidade de trabalhar com diversos cursos.
O meu foco na universidade são disciplinas relacionadas à gestão e ao empreendedorismo. Isso tem me possibilitado trocar experiências nos cursos de engenharia, cursos de tecnologia e também na área da saúde, além de atuar na universidade no núcleo universitário de empreendedorismo.
Nós conhecemos o projeto NUVEM, do qual você faz parte. Qual a visão do projeto e como ele fomenta iniciativas de inovação e empreendedorismo para os universitários?
O objetivo do NUVEM é empoderar os alunos. Então a nossa proposta é mostrar que eles têm potencial para transformar a realidade da qual eles fazem parte. O nosso foco não é exclusivamente preparará-los para a criação de negócios, e sim despertá-los para a possibilidade de transformar a realidade da qual todos nós fazemos parte.
Nós avaliamos que isso é um aspecto muito positivo na formação desse futuro profissional. Ele recebe ali toda orientação, todo preparo para atuar tecnicamente em determinada área do conhecimento. E, para além disso, nós queremos que ele chegue a esse mercado como um profissional empreendedor, seja na iniciativa privada ou pública.
Enfim, em qualquer espaço ele pode ser um empreendedor, e nós acreditamos muito que a universidade tem um papel importante e significativo na formação desse estudante.
Sabemos que inovar em um negócio é uma estratégia sempre relevante para uma marca. Em sua visão, qual a importância de se manter sempre atento à inovação para fidelizar e engajar um consumidor?
Bom, o mercado está a cada dia mais competitivo. As empresas que já estão inseridas nele, devem, diariamente, buscar alternativas para se manter. E as empresas que querem ingressar nesse mercado, precisam ter um esforço tremendo para chegar com algum atrativo e diferencial.
O que eu vejo, é que sem a inovação a empresa não consegue se manter no mercado. Nós, consumidores, cada vez mais temos acesso a informação, isso nos torna mais exigentes e as nossas escolhas são mais pautadas na qualidade e no diferencial. Na relação custo e benefício que a empresa pode nos oferecer.
Então, a visão que eu tenho, é que se a empresa não se preocupar, não se dedicar, não fizer investimentos significativos para inovar processos, produtos, serviços, enfim, as suas ações, ela não consegue se manter no mercado.
Em uma matéria a Época Negócios afirma que cerca de 15% dos graduandos no Brasil são da área tecnológica, o que representa 10% abaixo da média mundial. Além disso, a média mundial já não é o suficiente para atender as demandas de inovação do mercado atual e futuro. Como equilibrar essa exigência do mercado com a falta de formação de profissionais capacitados?
Essa celeridade do mercado, faz com que os processos sejam renovados e atualizados o tempo todo. Algo que eu vejo, enquanto universidade, é que devemos nos aproximar desse ambiente, porque o nosso objetivo é sempre formar um profissional que esteja apto para atuar no mercado de trabalho.
Então, quando nos aproximamos das empresas e dos segmentos produtivos, para apreender quais são as transformações que estão acontecendo e quais são as necessidades que esse mercado tem, conseguimos fazer adaptações na estrutura curricular do curso e nas atividades que são oferecidas para a universidade.
Isso faz com que esse futuro profissional chegue no mercado com as competências e com as habilidades que são necessárias para o mercado que está em constante transformação.
É possível, no meio acadêmico, desenvolver a capacidade empreendedora de futuros profissionais? Como estimular os alunos a trabalhar esse aspecto em sua carreira?
Eu acredito que é possível sim formar empreendedores. Ao menos, despertar o aluno para o potencial que ele tem. Porque, nas linhas que temos buscado estudar e pesquisar, podemos perceber que esse trabalho tem sido um avanço dentro da universidade.
Tanto que até poucos anos, o ensino de empreendedorismo era muito direcionado para as áreas de tecnologia e administração. Hoje não. Atualmente temos diversos cursos se preocupando e se voltando para isso. Então, eu acredito, que é possível despertar o aluno para esse potencial que ele tem.
Como que a gente tem feito? Como que isso é possível? Por meio de disciplinas, discussões e de ações interdisciplinares. A nossa experiência na universidade tem se pautado muito nisso, temos promovido projetos, eventos e diversas ações que buscam estimular os alunos a trabalharem juntos e a trocarem experiências com outras áreas. Esse trabalho tem gerado frutos bem significativos.
Falando um pouco da atuação das mulheres no empreendedorismo, como você tem visto o engajamento das mulheres nos cenários acadêmicos?
As pesquisas têm mostrado que a participação da mulher no mercado de trabalho tem crescido muito. Em relação ao empreendedorismo feminino, diversas ações têm estimulado o empoderamento das mulheres para que elas sejam geradoras de renda para si e para a sua família.
No campo acadêmico, o que eu percebo é que historicamente a participação da mulher também vem crescendo. Hoje a gente tem na universidade, se não uma maioria, pelo menos equilibrado, um grande número de mulheres atuando na universidade. Então eu vejo isso como um potencial, uma perspectiva de crescimento e, enquanto mulher, eu fico muito feliz com isso.
Como você aconselha mulheres que querem ter o próprio empreendimento, se há alguma preocupação específica pra elas, ou algo que possa ser dito para ajudá-las?
Sem dúvidas o primeiro aspecto é acreditar em si mesmo. Nós somos capazes, nós temos potencial, então precisamos primeiro estarmos certos disso. O segundo aspecto é buscar informação, buscar orientação. O planejamento é essencial para qualquer ação, qualquer projeto que iremos iniciar.
Então busque informação, cerque-se de pessoas que podem contribuir, que podem auxiliar nesse processo e vai lá e faz. Isso, somente o fato de você acreditar e sentir que é capaz, já dá uma força, um gás enorme.