Eric Ries, autor de The Lean Startup, define a pivotagem como “uma correção de curso estruturada, projetada para testar uma nova hipótese fundamental sobre o produto, a estratégia e o mecanismo de crescimento”.
Nesse sentido, a pivotagem não significa necessariamente uma mudança completa de um planejamento totalmente estruturado, mas sim um olhar diferente sobre uma nova perspectiva que poderá elevar o seu planejamento inicial em um novo nível.
Em mais episódio da série Conversando com o C-Level, o nosso CTO, William Oliveira fala sobre a importância que existe em pivotar desenvolvimentos de softwares em um negócio.
Quando surge a necessidade do negócio escalar, quando surge a necessidade de sair do early que ele está, seja de um período alfa ou beta, algo que ele vai realmente disseminar no mercado, geralmente é nessa hora que a gente sabe que terá uma pivotagem na tecnologia.
Pivotar no desenvolvimento de software significa mudar a direção em que o seu negócio está indo. Qual a importância da pivotagem, quando necessária, neste processo?
Existe alguns fatores importantes que implicam na hora de pivotar a sua tecnologia, o que você está usando de software que consegue entregar bem, de forma efetiva, o seu produto e a sua plataforma. A gente têm um fator muito importante, que geralmente é levando em consideração, que é a performance.
Se seu software começa a performar mal, se ele começa a cair muito com um número de acessos maior do que ele está acostumado, isso pode ser um fator importante a ser considerado. O seu produto sendo ainda um mvp, ele ainda é uma plataforma que está florescendo, ele têm objetivos, e a tecnologia têm que acompanhar esses objetivos.
Geralmente quando você está construindo um produto, e está na fase inicial, você tende a usar uma tecnologia que vai entregar mais rápido os resultados, e isso irá validar essa idéia. Entretanto, na maioria das vezes, o potencial de escala dela não será muito bom.
Nesse sentido, é recomendado que quando o seu produto começar a crescer, e você começar a ter maiores acessos de usuários, você começa à ter que entregar algo com mais potencial, que essa pivotagem na tecnologia aconteça. E a performance será o indicador se a tecnologia que você está utilizando está te atendendo, assim você saberá qual a hora de pivotar.
Outro fator é a escala do seu time. Você tem um time de N pessoas em software no seu time de desenvolvimento, quando você utiliza uma tecnologia, como eu falei anteriormente, algo mais experimental, usado para validar a sua ideia, ela também não consegue acompanhar o crescimento do seu time.
Então são mais pessoas, e começa a ficar desorganizado, o código fica bagunçado, você não consegue estruturá-lo de uma maneira que muitas pessoas possam trabalhar juntas. E isso gera problemas também. Este é um outro fator que você deve levar em conta na hora de pivotar à tecnologia.
Como identificar a hora correta para que diversas mudanças sejam feitas?
Como eu mencionei anteriormente, nós temos algumas métricas para mensurar isso. Uma é a performance, a outra é a escala do seu time junto ao software, mas, principalmente, quem vai ajudar a identificar essas mudanças, quando forem necessárias, é o próprio negócio.
Por isso quando surge a necessidade do negócio escalar, de sair do early que ele está, seja de um período alfa ou beta, algo que ele vai realmente disseminar no mercado, geralmente é nessa hora que a gente sabe que terá uma pivotagem na tecnologia.
Então, é sempre bom ficar atento, e como eu falei, o business e o software andarem de mãos dadas, um ajudando o outro à identificar o momento de mudança.
Muito antes de investir em streaming de filmes, a netflix operava de uma maneira diferente. O antigo modelo de locação ainda era o padrão dos serviços oferecidos por ela. Após pivotar esse modelo e se tornar a pioneira em streaming, ela obteve grande sucesso. Como ter esse mindset de mudança?
Bem, você tem algumas coisas que o software consegue te ajudar e a tecnologia te auxilia, uma delas é procurar o que o seu usuário está buscando no seu serviço. Existem algumas ferramentas que analisam o comportamento do seu usuário.
Tudo isso com o consentimento dele, claro, mas você consegue monitorar o que ele está fazendo na sua plataforma, o que ele está buscando alí dentro, e também, prover maneiras dele te dar esse feedback.
Isso porque às vezes você lança um serviço, onde você tem um mindset, um pensamento de como esse serviço vai funcionar, mas quando ele atinge as pessoas, ele muda. Então você tem aí um meio de comunicação para dar feedback, para o seu usuário conseguir te informar o que ele está buscando dentro do seu serviço, e com isso à tecnologia te ajuda.
O mindset pode vir de dentro do seu time, enquanto você está desenvolvendo e vendo novas possibilidades com o software que você está construindo, mas normalmente é o usuário que vai te ajudar muito a chegar nos objetivos grandiosos com o seu produto.
Então você tem que ficar o tempo todo atento ao que ele está dizendo, ao que ele está buscando dentro do mercado que você está atendendo.
“Tenho uma empresa bem estabelecida e quero novas formas de receita”. Isso seria pivotar? Faz sentido pivotar uma empresa que já esteja tão avançada em seu mercado?
Se você tem uma tecnologia e quer adicionar outra complementar, isso não seria exatamente pivotar, seria aumentar o seu leque de possibilidades, porém, se você tem um negócio e sente essa necessidade de pivotar, também é algo muito viável. Isso geralmente se enquadra muito em Inovação.
Na inovação você tem algo que existe, funciona, mas é possível pode melhorar, e você consegue incrementar muito mais, inovando de alguma forma, levando novas possibilidades ao seu usuário. Por isso existem sim, cenários onde você tem uma empresa já estabelecida, que já executa e você vai além.
A Apple é um grande exemplo disso, ela sempre têm serviços estabelecidos, e ela está buscando o tempo todo novas maneiras de inovar, de pivotar, de mudar. A gente vê o Itunes que está deixando o mercado atualmente, para dar espaço à outros serviços, outras tecnologias que a Apple está oferecendo. Então é uma empresa que busca muito isso e é uma das maiores atualmente.
Como a GoBacklog vê a necessidade pivotagem nos desenvolvimentos de software?
Bom, dentro da GoBacklog a gente tem um time que está o tempo todo respirando tecnologia e respirando Software. Então, nós estamos em constante movimento, atualizado com as tecnologias do mercado, sempre lendo o que está acontecendo lá fora e dentro do Brasil, nos dois lugares.
Então nós temos muitos meios de identificar a hora de pivotar, já citando o que eu falei anteriormente, todas essas métricas existem aqui dentro, e carregamos isso no decorrer do projeto. Assim, nós conseguimos sugerir ao empreendedor a hora certa de uma pivotagem de uma maneira muito efetiva, sem causar impacto direto no negócio.
Por isso, são várias formas que a gente trabalha aqui dentro para fazer esse tipo de trabalho. Sempre focando no que será melhor para o cliente.